Após morte de Walewska, Isaquias Queiroz faz alerta e revela drama pessoal

O esporte é um universo repleto de glórias, recordes e celebrações, mas também esconde uma série de desafios invisíveis que muitas vezes passam despercebidos pelos olhos do público. Recentemente, Isaquias Queiroz, um dos maiores atletas da história do esporte olímpico brasileiro, compartilhou sua jornada, revelando dificuldades relacionadas à saúde mental que enfrentou ao longo de sua carreira. Além disso, ele prestou uma emocionante homenagem à falecida jogadora de vôlei, Walewska, destacando a importância de heróis esportivos para o país.

Natural da Bahia, Isaquias Queiroz é um renomado canoísta brasileiro, conhecido por suas quatro medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos. Em uma entrevista exclusiva concedida à Itatiaia, ele compartilhou um aspecto pouco conhecido de sua vida como atleta de alto rendimento. Isaquias admitiu que em determinado momento de sua carreira, “não aguentava mais” a rotina de treinamento em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o afastamento de sua família. Ele ressaltou a solidão e a falta de conexões sociais que enfrentou durante seu tempo em Lagoa Santa, onde passou quase uma década dedicado ao treinamento exaustivo.

“O esporte é uma área muito complicada. Eu mesmo estava em Lagoa Santa há quase 10 anos e não fiz nenhuma amizade aqui. É treinamento atrás de treinamento. Vou para casa e durmo. Aqui eu tinha minha esposa e meu filho, mas é diferente de onde eu tinha meus amigos e meus familiares. O esporte exige muito de você. Eu passei por um tempo que não estava aguentando mais ficar longe da minha família e das minhas origens,” desabafou Isaquias.

A experiência de Isaquias Queiroz destaca a importância de reconhecer as pressões e desafios psicológicos que os atletas enfrentam. A busca incessante por resultados de alto nível, juntamente com a pressão da nação em querer ver o Brasil no topo, pode ser esmagadora. Isaquias revelou que competiu em uma etapa da Copa do Mundo com Covid-19, dores no corpo e insônia, enfatizando o sacrifício pessoal que os atletas frequentemente fazem em nome do esporte.

“Essa questão do psicológico pega muito para a gente. A gente não pode perder. O brasileiro gosta de ver o país em primeiro lugar. Não gosta do segundo ou terceiro. Eu competi uma Copa do Mundo com Covid. Não sabia que era Covid, mas estava todo doído, não conseguia nem dormir. Competi e ganhei medalha. A gente não se importa com doença ou dor no corpo. Temos grandes apoiadores. Não podemos decepcionar. Espero que a gente possa evoluir essa questão no esporte,” compartilhou Isaquias.

Além de suas próprias experiências, Isaquias Queiroz também expressou sua tristeza com a morte da jogadora de vôlei Walewska. Apesar de nunca tê-la conhecido pessoalmente, ele destacou a importância dela para o esporte brasileiro. Walewska, nascida em Belo Horizonte, foi uma referência na geração que conquistou a primeira medalha de ouro do vôlei feminino em Jogos Olímpicos.

“Eu assisti a alguns jogos dela. As Seleções Brasileiras de Vôlei, tanto feminina quanto masculina, os atletas inspiraram muito a gente. A gente fica muito triste com uma notícia dessas. Com certeza ela se dedicou muito ao esporte. A gente fica muito chateado. Espero que a família possa superar esse momento. Foi uma grande heroína,” prestou sua homenagem o canoísta.

Atualmente, Isaquias Queiroz está competindo no Campeonato Brasileiro de Canoagem em Lagoa Santa, a mesma cidade em que ele viveu por quase dez anos. Mesmo com as dificuldades que enfrentou, ele continua a buscar a melhor forma e já conquistou vitórias em todas as provas disputadas.

A história de Isaquias Queiroz nos lembra da importância de reconhecer não apenas os triunfos brilhantes dos atletas, mas também os desafios invisíveis que enfrentam em sua jornada. É um lembrete de que, por trás das medalhas e dos pódios, há seres humanos que enfrentam pressões, sacrifícios e dificuldades pessoais em sua busca por excelência esportiva. E é também um tributo emocional a figuras inspiradoras como Walewska, que deixam um legado duradouro no esporte brasileiro e tocam os corações de atletas como Isaquias Queiroz.

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