Tiago Fontes Silva Rocha, o principal suspeito no caso do desaparecimento de Ana Sophia, uma menina de 8 anos em Bananeiras há mais de dois meses, é acusado de tentar destruir evidências contra ele e teria apagado os dados de seus celulares antes de ter um mandado de prisão temporária emitido contra ele, de acordo com informações da Polícia Civil em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (22). Desde o início do mês, o suspeito está desaparecido, logo após a polícia ter realizado uma busca em sua residência.
A defesa de Tiago Fontes anunciou que está avaliando as opções legais para enfrentar a prisão, incluindo a possibilidade de solicitar um habeas corpus ao Tribunal de Justiça, após apresentar um pedido de reconsideração ao juiz.
Conforme detalhado pelo delegado Pablo Éverton, o suspeito demonstrava ter conhecimento da rotina de Ana Sophia e até mesmo interagia com suas próprias filhas em frente à residência da menina, uma vez que o sogro dele reside na casa que fica em frente à dela.
O delegado acrescentou: “Há um interesse por parte do investigado na família da vítima, especialmente nas irmãs dela, assim como na própria vítima. Ele é alguém que está familiarizado com a Ana Sophia e a observava de perto.”
Tiago é casado com a vice-diretora da escola frequentada por Ana Sophia. A residência do casal foi alvo de busca e apreensão, resultando na apreensão de celulares, computadores e também na perícia do veículo de Tiago.
“Ficamos surpresos ao descobrir durante a perícia que o suspeito apagou não apenas uma vez, mas várias vezes o conteúdo de seu celular. Curiosamente, esse celular foi encontrado escondido na casa do sogro. Quando questionado sobre os aparelhos, ele admitiu que um deles estava oculto, configurado no modo avião e totalmente resetado, na residência do sogro, que, vale ressaltar, fica em frente à casa da vítima”, relatou Pablo.
O delegado também informou que a equipe de investigação recebeu informações de que, antes de desaparecer, o suspeito teria tentado destruir evidências e influenciar pessoas a depor a seu favor. “Ele estava tentando apagar gravações e contatando pessoas para que eliminassem as imagens”, acrescentou o delegado.
De acordo com o delegado Aldrovilli Grisi, que também está envolvido na investigação, somente Tiago tem a capacidade de fornecer informações sobre o paradeiro do corpo de Ana Sophia após o crime, considerando que a polícia está tratando o caso como homicídio qualificado. O último registro da menina foi quando ela entrou na residência do suspeito no dia do desaparecimento.
“O indivíduo cometeu o crime de forma planejada, sozinho, em um local ermo e oculto. Esperamos que com a prisão dele, o caso possa ser 100% esclarecido”, disse Aldrovilli.
A polícia está incentivando qualquer pessoa com informações sobre o paradeiro de Tiago Fontes a entrar em contato de forma anônima através do número 197, que é uma ligação gratuita. Para os moradores do distrito de Roma, onde a criança desapareceu em Bananeiras, a polícia oferece um canal direto no WhatsApp para compartilhar informações, uma vez que não há disponibilidade de rede de telefonia para chamadas na região.