O destino muitas vezes nos reserva surpresas inesperadas, e a história de Fabio Cordeiro da Silva, também conhecido como “Esquerdinha,” é um testemunho impressionante de como a vida pode ser imprevisível e cheia de reviravoltas emocionantes. Aos 35 anos de idade, Esquerdinha era um azulejista e atleta amador do litoral paulista, cujos sonhos incluíam a paternidade e uma mudança para Florianópolis. No entanto, sua vida foi tragicamente interrompida por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) enquanto trabalhava em uma obra em Santos (SP), resultando em sua morte cerebral.
Amigos próximos de Esquerdinha revelaram que ele nutria o desejo de se tornar pai, compartilhando esse sonho com seu amigo de infância Geremias Lima dos Santos, que também tinha 35 anos na época. Esquerdinha, apesar de ser casado, ainda não tinha filhos e estava ansioso para embarcar na jornada da paternidade. Além disso, ele tinha planos de se mudar para Florianópolis, onde tinha amigos, e procurar oportunidades de trabalho naquela cidade catarinense.
Um aspecto notável da história de Esquerdinha é que, após sua morte, seu coração foi doado para ninguém menos que o famoso apresentador de televisão Fausto Silva, carinhosamente conhecido como Faustão. Essa doação de órgão trágica, mas significativa, trouxe à tona a importância da doação de órgãos e as vidas que podem ser salvas através desse gesto altruísta.
Esquerdinha era um amante do futebol e um entusiasta dos campeonatos amadores. Ele participou de várias equipes em diferentes cidades do litoral paulista, incluindo São Vicente, Mongaguá e Itanhaém. Em 2021, ele e seu amigo Wallyson Luiz, um vidraceiro de 28 anos, jogaram juntos e venceram um campeonato amador na região. Wallyson descreve Esquerdinha como uma pessoa humilde, cheia de entusiasmo, que adorava cantar e animar qualquer ambiente em que estivesse presente. Sua morte prematura deixou um vazio no coração de seus amigos e colegas de equipe, mas também inspirou um profundo senso de
solidariedade e compaixão.
Um aspecto intrigante dessa história é que Esquerdinha fez exames médicos após se sentir mal após uma partida de futebol no ano passado. Surpreendentemente, esses exames não revelaram nenhum problema de saúde significativo. No entanto, ele temporariamente parou de jogar até que os resultados dos exames fossem esclarecidos. Com a confirmação de que estava saudável, ele retomou suas atividades esportivas com vigor renovado, alheio ao trágico destino que o aguardava.
A família e amigos de Esquerdinha ficaram abalados com sua partida repentina, e a reportagem tentou entrar em contato com sua esposa, mas não obteve resposta. É compreensível que ela ainda esteja enfrentando um momento extremamente difícil após a perda de seu marido. Da mesma forma, o irmão de Esquerdinha optou por não se pronunciar publicamente sobre a tragédia, preferindo lidar com a dor em privacidade.
No entanto, a história de Esquerdinha ecoa com uma mensagem de esperança e altruísmo. Sua doação de órgão, que resultou na chance de vida para Faustão e potencialmente para outras pessoas, é um exemplo tocante de como um gesto generoso pode transformar tragédia em oportunidade. É uma lembrança de que, mesmo em meio à tristeza e à perda, existe a capacidade de fazer o bem e deixar um legado duradouro.
Em meio ao luto, Wallyson Luiz, o amigo e colega de equipe de Esquerdinha, expressou seus sentimentos contraditórios. Ele mencionou: “Vivo um misto de sentimentos. Triste pela partida do meu amigo, mas feliz porque, independentemente de ter salvado uma pessoa famosa, ele salvou uma vida. Aliás, mais de uma.” Essas palavras resumem a essência da história de Esquerdinha – uma história de amor, amizade e a capacidade de impactar positivamente as vidas dos outros, mesmo após a morte.
Em última análise, a vida de Fabio Cordeiro da Silva, o Esquerdinha, nos lembra da imprevisibilidade da existência humana e da importância de valorizarmos cada dia que temos. Sua doação de órgão é um lembrete poderoso de que, mesmo em nossos momentos mais sombrios, podemos ser uma fonte de luz e esperança para outros. Que a história de Esquerdinha continue a inspirar as pessoas a fazerem o bem e a compartilharem o amor, independentemente das circunstâncias.