Na tarde da última sexta-feira, o contratada da emissora Globo, Amaury Lorenzo causou alvoroço nas redes sociais ao compartilhar um vídeo perturbador de sua experiência em um aeroporto no Rio de Janeiro. O famoso, conhecido por seu papel em “Terra e Paixão”, gravou o conteúdo em uma área restrita, alegando estar “preso” devido a suspeitas de carregar algo ilícito. O incidente dividiu a opinião pública, provocando debates acalorados sobre racismo e procedimentos de segurança em aeroportos.
Lorenzo começou o vídeo relatando sua situação desconfortável, descrevendo como foi obrigado a ficar descalço e impedido de embarcar. Ele sugeriu que as suspeitas recaíam sobre ele devido à sua aparência, insinuando ser vítima de racismo. A reação imediata nas redes sociais foi polarizada, com alguns manifestando apoio ao ator e condenando qualquer forma de discriminação, enquanto outros argumentavam que ele estava exagerando e que as ações eram procedimentos padrão de segurança.
Uma parte significativa da sociedade solidarizou-se com Amaury Lorenzo, vendo o incidente como mais um exemplo de racismo sistêmico. Comentários indignados inundaram as redes sociais, destacando a ironia de um ator reconhecido ser tratado de maneira tão humilhante. Uma usuária do X (antigo Twitter) expressou sua frustração, afirmando: “Amaury Lorenzo, o ator que ganhou o prêmio melhores do ano, DESCALÇO E BARRADO NA PORRA DE UM AEROPORTO… zero condições. Imagina o que outros pretos passam todo dia. Como dói”.
Outros internautas também se manifestaram, questionando até quando o país enfrentará casos de discriminação racial. A indignação foi evidente nas mensagens que ressaltavam a persistência do racismo como uma “doença” que afeta não apenas celebridades, mas também indivíduos comuns. O episódio serviu como um catalisador para discussões mais amplas sobre o papel do racismo na sociedade brasileira.
Por outro lado, houve aqueles que defenderam que o tratamento dispensado a Lorenzo era parte de procedimentos padrão de segurança em aeroportos. Argumentaram que, independentemente da fama do indivíduo, as autoridades têm a responsabilidade de garantir a segurança de todos os passageiros. Alguns usuários enfatizaram que o ator estava infringindo regras ao usar o celular em uma área restrita e que o processo de retirada de sapatos para passar pelo raio-x era comum em muitos países.
“Cara, ele tá errado. Não pode usar celular ali. Ele está dando um show perante as autoridades, por ser famoso? Um procedimento normal, pra passar no raio-x. Eles podem sim pedir pra tirar sapatos. Inclusive em muitos países que visitei sempre me mandam tirar sapato, cinto, etc”; “Ficar descalço e ser revistado no Raio x até aí é procedimento padrão. Tá querendo biscoito e não tá sabendo pedir”; “Nada fora da normalidade dos procedimentos de segurança. Próxima”, afirmaram usuários do microblog.
A polarização das opiniões revelou a complexidade do debate em torno de incidentes desse tipo. Enquanto alguns clamam por uma revisão urgente dos protocolos de segurança para evitar situações semelhantes, outros argumentam que a reação de Lorenzo foi desproporcional e que ele deveria ter cumprido os procedimentos estabelecidos.
Independentemente da interpretação dos eventos, a situação destaca a importância de se abordar questões de racismo e discriminação sistêmica de maneira séria e equitativa. Incidentes como esse continuam a lançar luz sobre as disparidades existentes na sociedade e a necessidade de uma reflexão coletiva para promover uma mudança significativa.
