Uma residente de Canoas (RS) está em busca de sua filha, de apenas 6 meses de idade, após o barco em que a família estava virar durante o resgate. Gabrielli Vicente, de 24 anos, foi resgatada do apartamento em que morava no bairro Harmonia, um dos locais afetados pela enchente, a bordo de uma embarcação. Na ocasião, aproximadamente 14 pessoas estavam no barco, incluindo Gabrielli e seus quatro filhos.
A jovem relata que ela e seus filhos caíram na água quando o bote virou. “Tentei segurar no barco com todas as minhas forças para não afundar com ele, mas acabamos engolindo muita água misturada com gasolina e óleo do motor”, relatou Gabrielli em uma entrevista à Revista Crescer.
Uma das gêmeas de apenas 6 meses foi resgatada inconsciente e está atualmente na UTI. “Eu encontrei meus outros dois filhos e me asseguraram que também tinham resgatado as duas bebês – naquele momento, eu insistia que eram duas. Perdemos completamente a noção do tempo e da hora de tudo”, ela compartilhou.
No Instagram, Gabrielli está fazendo um apelo desesperado para encontrar sua bebê, mantendo viva a esperança de que a criança possa ter sido resgatada e levada para algum lugar seguro. “Eu gritava que eram gêmeas, que eram duas, e eles disseram na hora que tinham resgatado as duas, só não sabem para onde elas foram”, relatou. “Meu filho de 2 anos, que mal fala, aprendeu a dizer ‘socorro’ de tanto que a gente gritava”.
De acordo com amigos próximos da família, Gabrielli continua sua busca em hospitais e centros de acolhimento, mas até agora não obteve qualquer notícia sobre o paradeiro da bebê.
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Nesta segunda-feira (6), a Marinha do Brasil anunciou o envio do maior navio de guerra da América Latina para auxiliar a população do Rio Grande do Sul.
Partindo da Base Naval do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (8), a embarcação terá como destino a cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho, com previsão de três dias de viagem.
O Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, com 200 metros de comprimento, tem capacidade para transportar até 1,4 mil militares e 18 aeronaves. Além disso, o Atlântico irá levar consigo 8 embarcações de pequeno porte e 2 estações para tratamento de água, capazes de produzir um total de 20 mil litros de água potável por hora, visando auxiliar no abastecimento da região.
Além de sua capacidade de produzir água potável, o navio também possui um centro médico, classificado como o segundo maior da frota da Marinha, sendo superado apenas pelo Navio Doca Multipropósito (NDM) Bahia, que foi empregado no atendimento às vítimas das inundações históricas.
Essa não é a primeira vez que o Atlântico se engaja em missões humanitárias no litoral brasileiro. Em 2023, o navio foi despachado para São Sebastião, visando auxiliar no socorro às vítimas da tragédia que assolou o Litoral Norte de São Paulo. A missão tinha como objetivo aliviar a pressão sobre os hospitais locais, que estavam priorizando casos mais graves.
De acordo com informações da Marinha, o navio normalmente opera com uma médica, uma dentista e seis enfermeiros, que realizam consultas ambulatoriais, inspeções de saúde e preparam os militares para as longas missões.
Durante viagens, a demanda aumenta significativamente e o navio recebe o reforço de mais três médicos, incluindo um cirurgião geral, um anestesista e um clínico geral, além de um oficial farmacêutico e mais cinco enfermeiros, incluindo um técnico em patologia clínica.