Uma tragédia ocorreu no sábado (10) no bairro Lagoa, em Irati, região central do Paraná, onde uma jovem de 26 anos, chamada Mirela Maiara Ewerling Luis, foi brutalmente assassinada a facadas na presença de seu filho de apenas dois anos. A polícia identificou Gian Diego Maieski, companheiro de Mirela, de 28 anos, como o principal suspeito e efetuou sua prisão preventiva nesta segunda-feira (12).
O delegado Diego Troncha revelou que o crime possivelmente foi motivado por ciúmes. Durante uma confraternização, Gian Diego manifestou um surto de ciúmes e agrediu Mirela, mas foi contido pelas pessoas presentes no local.
Após o incidente, o agressor se dirigiu à cozinha e agarrou uma faca, utilizando-a para atacar Mirela com golpes no peito. O filho do casal foi testemunha desse terrível acontecimento.
Mirela foi encontrada caída em um dos cômodos de sua residência, apresentando múltiplas perfurações pelo corpo e sinais vitais fracos. Uma equipe médica foi chamada, porém, lamentavelmente, quando chegaram ao local, Mirela já havia falecido.
Após cometer o terrível crime de feminicídio, Gian Diego Maieski tentou escapar, mas foi capturado pelas autoridades policiais nesta segunda-feira. A defesa do suspeito optou por não fazer nenhum pronunciamento, alegando falta de acesso completo ao Inquérito Policial.
Conforme relatado pelo delegado Troncha, a vítima havia solicitado medidas de proteção anteriormente, mas não buscou a renovação. Ele expressou sua tristeza pelo fato de, exatamente um ano após a revogação dessas medidas, a violência doméstica ter culminado no trágico feminicídio de Mirela.
A violência direcionada às mulheres é uma questão preocupante no Brasil. Conforme dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, levantados pelo g1, o país testemunhou um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022, em comparação com o ano anterior.
Foram registrados mais de 1,4 mil casos de mulheres assassinadas simplesmente por serem mulheres. No estado do Paraná, onde ocorreu o trágico crime envolvendo Mirela, infelizmente, 77 mulheres perderam suas vidas de forma violenta.
Segundo dados fornecidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), nos primeiros três meses de 2023, o estado registrou 13 casos de feminicídio. Esses números alarmantes destacam a necessidade urgente de ações eficazes para proteger as mulheres e combater a violência de gênero.
É fundamental que a sociedade se una no enfrentamento dessa realidade e apoie iniciativas de conscientização, educação e fortalecimento das políticas públicas de combate à violência contra a mulher. O feminicídio é um crime inaceitável, e cada vida perdida é uma tragédia que precisa ser evitada. A justiça deve ser rigorosa na punição dos agressores, e a proteção das vítimas deve ser uma prioridade em nossa sociedade.
Brasil registra pico de feminicídios em 2022, com uma vítima a cada 6 horas
No ano passado, o Brasil registrou 1.410 casos de feminicídio, o que representa uma média de uma mulher assassinada a cada 6 horas no país simplesmente por ser mulher. Esses dados foram divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo Monitor da Violência, portal G1 e Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP).
O levantamento revelou um aumento de 5% em comparação a 2021, marcando o maior número de casos desde a entrada em vigor da lei de feminicídio em 2015.
De acordo com a legislação, o feminicídio é classificado como homicídio qualificado e considerado crime hediondo, com penas que variam de 12 a 30 anos de reclusão.